sábado, 28 de agosto de 2010

Minha alma poeta...

Engraçado como o tempo passa e acaba empoeirando a memória de algumas coisas... Na minha decisão recente de voltar a escrever; ou melhor, de voltar a registrar todos os meus rasgos de emoção e flashs de inspiração, há muito tempo reprimidos e sufocados por várias razões, lembrei-me de um antigo caderno meu, no qual foi escrevendo um diário em forma de poesia, da forma que me viam à mente, como se fossem um diário de algumas das minhas emoções e paixões juvenis. Escritas sem pretensões de poetisa, sem métrica, sem técnica, apenas como escapes de muita emoção. Vou publicar alguns deles aqui.

Será ilusão?

Hoje você mexeu comigo, balançou o meu coração.
E o que em mim despertastes, provocou verdadeira devastação.
O meu coração estava aberto e o invadistes sem razão.
E, sem pedir licença, logo me destes carinho e atenção.
Você chegou tão repentinamente, como chega um perigoso ladrão.
Roubou meus pensamentos e tomou de assalto o meu coração.
Me levou a desejar estar contigo novamente
e juntos desenvolvermos uma profunda relação.
Por que isso foi acontecer logo comigo, que andava fugindo, de grandes paixões?
Pois até hoje elas só me trouxeram, dor e más recordações.
Sei que isso não deveria ter acontecido, pois o nosso amor é proibido,
somos ambos prisioneiros de outras emoções,
envolvidos com outras vidas, numa outra dimensão.
E agora? O que vai ser de mim, sentindo-me assim tão sozinha,
sem ti no meio da multidão?
Só sei que tenho que te tirar depressa do meu coração,
pois não sei se me abrigas no teu,ou se me quisestes apenas
por um momento de ilusão.
Apenas uma coisa sei agora:
não quero que para mim te transformes,
numa grande decepção.
Por isso não vou deixar que esse sentimento me envolva,
tirando-me a razão.
Não minha lembrança quero, apenas,
que continues sendo, uma doce e meiga paixão.
Um lindo sonho de amor, de uma breve tarde de verão.

Alcinéa Gomes de Medeiros
(Apaixonada em 07/1991).

Paixão

Te conheci tão pouco...
e mesmo assim,
muito de você
ficou dentro de mim.
Em mim gravastes
o teu jeito único
e especial de ser,
com marcas profundas.
Marcas do teu olhar
Marcas do teu falar...
Marcas do teu andar...
Marcas, marcas...
profundas marcas deixastes.
Paixão? Sim, e daí?
Há quanto tempo já não me sentia assim?
Assim, com essa urgência no peito,
essa vontade louca
de novamente te ver.
Esse pulsar maluco
do coração a te querer.

Alcinéa Gomes de Medeiros
(Apaixonada, Natal-RN, 05/1992).


Jogo de faz-de-conta


Faço de conta que você não existe,
que nada entre nós aconteceu,
que tudo não passa
de empoeiradas páginas de um passado,
que ninguém nunca mais leu.


Faço de conta que esse desejo em mim,
é pura ilusão,
que são enganos
de um louco coração.

Faço de conta que não te quero mais,
que tudo continua igual,
que foi tudo um grande vendaval.

Faço de conta que você não me quer mais,
que você é apenas mais um entre os demais.
Faço de conta que já esqueci
tudo o que juntos vivemos.

Faço de conta que acredito
nos que me dizem
que você ainda é dela

E assim, faço de conta
que você
não é mais da minha conta.

Alcinéa Gomes de Medeiros
(Para um ex-namorado em 11/1992)

Recomeço

Gostaria de começar de novo,
poder te redescobrir.
Te amar pelo começo,
sem haver mais fim.
Fazer tudo hoje,
o que ontem fiz tão pouco.
Que importa o que já vivemos?
E tudo o que já passamos?
Se agora compreendemos,
que na verdade
estávamos sozinhos,
apenas um pelo outro
esperando...
E agora que nos reencontramos
não me dê a sua ausência,
não me deixes sozinha
com essa lágrima escorrendo no rosto,
insistindo em te pedir perdão.
Não queiras agora se vingar
de uma inconstância minha.
De um passado, que já passou.
Escuta somente o eco do meu coração,
no teu.
Deixa-me apenas tornar mais quentes,
os teus longos dias frios.
Aquecer-te com o meu corpo,
que arde de saudades do teu.
Deixa-me novamente inundar a tua pele
do meu perfume.
Deixar nos teus lábios,
o gosto dos meus.
Ou será que ainda não percebestes,
que o teu destino
já foi selado
ao meu lado?
Sim...
Só você...
e eu...

Alcinéa Gomes de Medeiros
(Pizzaria, João Pessoa, 12/11/1992, tentando renovar um namoro antigo)

Procura

Sou uma andarilha da vida,
peregrina de emoções,
prisioneira do teu amor...
Meu olhar, infinito de paixão,
procura-te por toda a parte.
Vagueando pelos caminhos dos meus dias.
Procura-te em vão
e sem destino,
pelas ruas e estrelas,
em algum lugar
entre a realidade e a fantasia,
almejando viver contigo
o infinito
e muito mais.
Alguém ri de mim,
dessa minha procura por ti,
diz que sou ingênua
por te querer tanto assim.
Mas existe uma força dentro de mim
que me impele cada vez mais para ti,
no momento em que penso em desistir.
Anoiteço, pensando no que fazer,
vasculhando razões
dentro do meu irracional coração,
para continuar nessa aventura louca
que é querer ser tua,
num presente que se mistura
com o nosso passado e futuro,
nessa icógnita que é o nosso romance,
buraco negro
no universo da nossa existência.
Mas, continuo ainda assimpor mais um pouco,
a minha trilha.
Querendo colocar o teu destino,
na linha do meu.
E, por um momento,
parece que te alcanço,
estendo-te a mão...
Mas...não!
O sol forte do teu medo e dúvidas
ofusca os nossos olhos
e impedem a nossa união.
E me vejo novamente sozinha,
a te esperar.
A perseguir a minha sina,
de simplesmente te amar.
Sabendo apenas que,
se um dia conseguirmos finalmente
nos encontrar,
seremos mais do que bons amigos,
muito mais do que amantes,
seremos como duas almas gêmeas
sedentas e transbordantes,
de amor para dar.

Alcinéa Gomes de Medeiros
(Tentando renovar um namoro. 01/1993)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

From: Eucaliptos na Janela.

"Porque não quero mais sofrer dessas dores transparentes que me fizeram ficar tão afastada de mim.
Porque se ainda estou estilhaçada, embora vista caras de felicidade, é porque de algumas dores não se parte nunca, sobretudo destas dores emocionais.
Quando se quebra a perna, ela está ali, quebrada, e é só a perna.
Mas quando se vive o que eu vivi, quebra-se algo do lado de dentro, e ninguém vê. Mas dói comprido, porque rompem-se todas as crenças. É a descontinuidade de tudo, a desorganização, o caos...
E dia desses aprendi que a maneira mais certa de seguir adiante é parar.
E reaprender a viver.
Porque não quero mais usar as velhas dores, não quero mais justificar minhas escolhas.
Cansei de me doer.
Quero viver meus pequenos milagres diários...Então tchau.Vou ali cuidar de mim..."
(Solange Maia)


"Você me perguntou se ainda faço mosaicos.Disse que não. Menti.
Faço-os mesmo quando não percebo.Porque sou assim, de juntar pedaços, de nascer de novo.
Porque sei dar nova forma as minhas dores, sei o que fazer com a tristeza.
E, quem sabe um dia eu entenda porque sou feita de tantos renascimentos...
Enquanto isso, vou descobrindo cores e formas no que estava entalado na garganta.
Vou juntando o que parecia improvável, criando vida.
É quando recolho minhas mágoas.
Quando começo a sorrir...Porque sei ser feliz,
e se as vezes tenho uma casa de cacos dentro de mim,
lembro que nunca nada é para sempre!"
(Solange Maia)

domingo, 22 de agosto de 2010

Superando a Dor II

Não creio em coincidências. Poucos dias depois que terminei de escrever e publicar o meu texto neste blog: "Como superar a dor emocional?", encontrei um folheto da I Igreja Batista de João Pessoa, do amado pastor Estevam Fernandes, datado de 18 de julho de 2010, no qual o mesmo escreve o texto "Superando a Dor", o qual transcrevo aqui como complemento ao meu, por sua beleza e mensagem.

"Para que servem as lágrimas? Certamente que elas não caem em vão! Serão sempre sementes de vida. Elas não só molham o rosto, mas também nutrem a alma. Chorar é estar vivo. É expressão de sentimento, e não atestado de fraqueza. Só os vivos lamentam, caem, levantam-se e andam de novo. Os mortos não choram. Sendo assim, acredito que Deus, às vezes, permite-nos as lágrimas para nos lembrarmos de que ainda estamos vivos.

Ao vivenciarem situações amargas, tais como um luto inesperado, decepções amorosas, perdas materiais significativas e muitas outras experiências adversas, algumas pessoas são tomadas e dominadas por uma sensação de vazio, de perda de sentido. Não raro, são vencidas pela desmotivação generalizada. Nem mesma a dimensão da fé lhes é poupada da experiência do fracasso. Imaginam-se abandonadas por Deus. Silenciam a voz do louvor e desviam os olhos do céu, como quem não tem mais esperança.

É bem verdade que o sofrimento intenso deixa marcas profundas em nós. Corpo, alma e espírito são atingidos. Um sentimento de abandono e uma sensação de fracasso e inutilidade invadem o coração. A alma fica ao relento.

Por causa da vida marcada por dissabores, em algumas pessoas, as lágrimas tendem a apagar as marcas da fé, sobretudo naquelas em que a fé não é fruto de uma experiência com Deus, mas de uma tradição religiosa, uma espécie de herança cultural, familiar.

Incredulidade e o fracasso andam sempre juntos. Todavia, a fé insiste em permanecer viva para fazer diferença. É aquela voz muitas vezes abafada pelo silêncio da perplexidade e do medo, que grita dentro de nós, despertando a alma para sonhar outra vez. A fé sempre emerge, sobrevivente, dentre os escombros do coração. É uma voz inquietante que não se deixa silenciar. É o barulho de Deus no coração da gente, fazendo-nos ouvir os sons da esperança.

Deus não desiste de nós. Logo, não faz qualquer sentido deixar-se dominar pela tristeza, pela solidão, pela apatia e pelo desejo de não viver. O descaso com a vida é uma forma disfarçada e lenta de suicídio. Só os fracos desejam morrer, são ávidos em desistir. Onde, então, buscar forças necessárias para a superação da dor? Somente em Deus! Ele é a fonte de nossas vitórias.

Quem redescobre o caminho da fé e pega carona nas asas da esperança, voa como águia, sobrevoa todas as barreiras da vida. Passa a conhecer novas estradas, pavimentadas de luz e adornadas pelas cores da alegria, do louvor e da esperança. Anda segurando na mão de Deus. Sabe que é um vencedor."

Pastor Estevam Fernandes de Oliveira (I Igreja Batista de João Pessoa - publicação do folheto do dia 18/07/2010)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Como superar a dor emocional?

Quando uma grande dor se abate sobre nós, a tendência é querer ficar paralisado, deixar de lado o papel de protagonista da própria vida e passar a exercer apenas a função de expectador da nossa história. É comum iniciarmos uma espécie de “flashback” sem fim de acontecimentos que nos feriram. Uma espécie de nostalgia masoquista toma conta de nós. Elaboramos com cuidado, uma “árvore genealógica do nosso sofrimento”. Neste processo, é também bastante comum, começarmos a construir um túnel do tempo imaginário, no qual é possível uma viagem a algum ponto do nosso passado, aonde podemos fazer escolhas diferentes.

Quando entramos nesse ciclo emocional vicioso, o nosso tempo emocional pára nos acontecimentos dolorosos e simplesmente recusa-se a andar. Até mesmo o ar à nossa volta parece ficar mais pesado e haver uma certa tristeza e melancolia espalhadas por toda a parte. Não são mais as flores do caminho que chamam a nossa atenção, e sim os espinhos, pragas e pestes do mundo. No coração prevalecem os sentimentos de tristeza, solidão, medo, angústia, revolta e sofrimento.

Nessa hora, a maioria de nós tem vontade de deixar todas as coisas de lado, sumir, dormir, sonhar com outro tipo de vida, ter amnésia, ou até mesmo morrer. Parece nos faltarem motivos para continuar a viver. Entretanto, a vida prossegue no seu curso normal, os dias se repetem continuamente, bem como todas as intermináveis exigências do dia a dia. Enquanto o emocional quer morrer e clama por socorro, o estômago se retorce pedindo por comida, o corpo se revela com sede ou doente, a família precisa ser sustentada e cuidada, os filhos pequenos requerem a nossa atenção e cuidado. Parece revoltante que o mundo inteiro parece seguir normalmente o seu curso, sem se importar com a sua dor.

Como o mundo, as pessoas e os acontecimentos não param para nos socorrer, sentimos uma solidão existencial, mesmo em meio a uma multidão. Na nossa fantasia, parece que somos os únicos a sofrer, ou que a nossa dor é maior e mais profunda do que a de qualquer outra pessoa. Enquanto isso, dentro de nós uma voz revoltada grita alto, bem ao pé do nosso ouvido: Como prosseguir, quando nada mais parece ter sentido? Como continuar lutando, se quero parar? Como continuar vivendo, se quero morrer? Como continuar andando, se quero ficar imóvel? Como levantar, se quero dormir? Como sentir-se bem, se um vazio enorme toma conta de todas as coisas? Como sair, se quero continuar na minha concha de autocomiseração e dor?

Nossos amigos e parentes, transformados em reféns da nossa dor, já não agüentam mais a repetição do histórico detalhado da mesma, contada e recontada mil vezes e, já começam a fugir de nós. Deixamos de ser boas companhias. Passamos a odiar toda alegria do mundo estampada nos sorrisos e gargalhada das pessoas. Uma espécie de mal estar toma conta de nós, ao vermos casais felizes e apaixonados. Estranhamente a felicidade alheia das pessoas, nos torna ainda mais conscientes da nossa própria tristeza e dor. Uma lista insondável, inimaginável, e incalculável de porquês sem fim se forma. Por que isso, por que daquilo, por que com ela, por que com ele, e o principal porquê de todos: afinal por que comigo?????

No meio de todo esse caos emocional, por sua vez, uma segunda voz interior, esta fraquinha e quase inaudível, clama por socorro: “Por favor, me tirem daqui e desse estágio de letargia dolorosa! Alguém, faça essa dor parar! Por favor, alguém me ajude!

Porém, de nada adianta viver desejando que tudo pare, apenas para nos assistir chorar e ouvir as nossas lamúrias. De nada adianta desejar um remédio que, de forma instantânea, consiga dar um fim à nossa dor emocional. De nada adianta sonhar com príncipes, heróis e heroínas que nos salvem dessa dor, quando e se, o maior responsável pela perpetuação dela somos nós mesmos! Somos nós os principais responsáveis por dar um basta na mesma! Está ao alcance de nossas mãos o remédio tão desejado! A intensidade da dor de cada emoção possui um tempo que lhe é próprio, mas também carrega em si mesma, um tempo apropriado para o seu fim. Se ela continuar presente depois de um tempo prolongado, é porque somos nós mesmos que a estamos invocando em demasia. É melhor começar a nos perguntar: Como eu seria e como seriam os meus dias e relacionamentos, sem esta dor? Que sorrisos esta dor está roubando de mim? Que momentos felizes estou deixando de viver por causa dessa dor que me acompanha?

Se um filho morre, há outros que ficam e estes aguardam nossos gestos de amor, cuidados e sorrisos. Se não há outros filhos, há outros familiares e/ ou amigos que nos querem bem. Perderam-se algo, mesmo que seja muito importante, mesmo que seja o trabalho de toda uma vida, é a hora de buscar novos horizontes, novas oportunidades, novos olhares, novos começos. O mundo está cheio de descobertas, de novas realizações e principalmente de novos sorrisos à nossa espera. Sim, isso mesmo, sorrisos e novos dias e momentos de paz e felicidade. Mas, para isso, é preciso primeiro sair dessa concha dolorosa e desse ciclo vicioso, verdadeiro assassino da felicidade, ao qual nos submetemos dia após dia. É necessário dar um fim a esta “dor de estimação” que levamos dentro de nós, para todo o lugar e para todo o mundo que está à nossa volta. Essa dor, que se tornou uma companheira tão íntima e constante, que sentimos quase como se ela fosse parte da nossa própria personalidade. Essa dor, que o simples pensar em nos livrarmos dela, é capaz até de gerar certa nostalgia em abandoná-la.

Parece óbvio que ninguém deseja conscientemente se apegar à dor, mas é o que acontece de forma inconsciente, na maioria dos casos. Desapegar-se dela, talvez seja um de nossos maiores desafios. Aceitar a necessidade de abandonar um padrão emocional, mesmo sendo em troca de algo positivo, por incrível que pareça, pode ser muito difícil, pois sentimos como se perdêssemos algo que já é parte de nós mesmos. Que coisa ininteligível e absurda! Deveríamos era querer nos livrar de toda a dor emocional, com a mesma urgência com que nos livramos de um espinho no pé, que dói e impede a nossa caminhada, ao invés de estarmos alimentando e nos apegando à mesma!

Jesus nos ensinou que no mundo teríamos aflições, mas ainda assim, deveríamos ter bom ânimo diante da vida. Ele também falou que todo o sofrimento do mundo presente, não se compara, ou chega aos pés, da consolação e felicidade do mundo porvir. Deus não quer que ninguém se acovarde diante da dor, sofrimento ou aflições da vida. Deus não dá provas superiores às nossas forças, mas na nossa fraqueza, algumas dores em nossa vida somente são vencidas com a ajuda de Dele. É Ele quem nos ergue, quando nos sentimos esmagados. É Ele a força que, de repente, inunda a alma e faz os “paralíticos” emocionais levantar, andar e voltar a sorrir de novo.
Não há segredo e todos, sem exceção, podem conseguir isso, principalmente aqueles que já tentaram de tudo e tudo serviu apenas como paliativo da dor (remédios, terapias, auto-conscientização, medicina alternativa, etc).

O segredo da superação é gratuito e está ao alcance de todos: chama-se simplesmente oração. O poder para a superação está em Deus e Ele está apenas a uma oração de distância de você. Deixe o seu coração falar com Deus. Abra-lhe a sua intimidade. Confesse-lhe tudo o que está sentindo: suas amarguras, revoltas, dores e ansiedades. Ao fazer isso, tenha certeza de que Ele, no seu amor infinito e misericordioso, estará te ouvindo atentamente e não vai deixá-lo sozinho e sem respostas. Talvez elas não venham de imediato, mas um dia elas virão. Talvez você não compreenda agora tudo o que está lhe acontecendo, mas um dia compreenderá. Ou talvez, ao sentir a intensidade do amor, da presença, do consolo e da paz de Deus, estas nem sejam mais necessárias.

A afirmativa é de Jesus, ao dizer que o Pai não dá pedras ao filho que pede pão. Creia e confie no amor Dele. Creia que Ele existe e que está querendo lhe abençoar. Creia que quando você vai até Ele, Ele sempre te receberá de braços abertos. Ele sempre será achado por todo aquele que o busque de todo o coração, e de modo nenhum lançará fora todo aquele que vai até Ele através de Jesus. O próprio Jesus falou que era o caminho, a verdade e a vida e que, para chegar ao Pai, seria somente trafegar no Caminho chamado Jesus, capaz de levá-lo até Ele. Não fique atrás de fontes rotas, que não possuem em si mesmas a Água da Vida. Vá direto à Fonte de toda vida. Ele é a fonte da sua vida e existência, não somente nessa terra, mas também no mundo porvir. Na hora da dor, aceite o Seu convite, pois Ele disse: “Venham a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu os aliviarei” e: “Aprendei de mim que sou manso e suave de coração e achareis descanso para as vossas almas”.

Você quer descanso para a sua alma e sentimentos? Busque em Jesus e encontrarás. Nele encontrarás a paz que desejas e que, nem o mundo, nem riquezas, nem pessoas, são capazes de lhe dar. A verdadeira paz, que excede todo o entendimento humano e ultrapassa toda forma de raciocínio, somente Jesus pode dar. Paz em meio ao caos e sofrimento emocional. O mesmo Deus que criou o mundo e coisas boas, a partir de uma terra sem forma e vazia, aonde havia apenas trevas sob a face do abismo (Gênesis 1:1), pode criar coisas novas e boas, utilizando como matéria-prima o sofrimento pelo qual você passa ou passou.

Isso funcionou comigo, funcionará também para você! Decida hoje mesmo sair desse luto emocional e dar fim a essa dor emocional que lhe acompanha! Viva segundo as regras do Autor de toda a forma de vida, e não segundo os ditames de uma geração que vive sem Deus e sem qualquer esperança neste e no mundo porvir! E, quando receber Dele a dádiva da força e poder para prosseguir sua vida, superar a dor, virar a página, libere o perdão para quem a fez sofrer. Perdoar não é de forma alguma sinônimo de esquecer o fato ou a pessoa que te fez mal e sim, ao olhar para as marcas e cicatrizes produzidas, isto não mais lhe cause dor, ou seja capaz de gerar sentimentos ruins (revolta, desejo de vingança, etc).

Perdoe e supere a dor emocional, antes que ela atinja o seu físico! Nosso organismo não foi feito para guardar mágoas e sentimentos ruins por muito tempo. Deus não nos programou para o sofrimento, dor e morte e sim para uma vida abundante. Tanto o corpo, quanto a mente, vão adoecendo na medida em que estes se acumulam e, mais dia, menos dia, essa “panela de pressão” explodirá em forma de doenças. Estudos científicos atuais já afirmam, por exemplo, que a dor emocional provoca um aumento na produção de salsolinol, substância que mata as células nervosas responsáveis pelo controle dos movimentos. Situações traumáticas, ansiedade, angústia, cobrança excessiva e pessimismo, são capazes de aumentar a produção dessa substância, sendo grandes indicadores de um possível paciente com Mal de Parkinson. A medicina psicossomática, há anos já estuda a relação entre sentimentos e a ocorrência de vários tipos de enfermidades físicas, como gastrites, dores musculares crônicas, doenças cardiovasculares, artrites, etc. Continuar sofrendo só vai te causar mais dor e sofrimento. Sofrimento perpetuado dará à luz doenças físicas! Portanto, não cometa o suicídio físico de não querer superar logo a sua dor emocional!

Por que não dar a Deus a sua dor? Por que ao invés de viver invocando-a com amargura, não passar a invocar a Deus? Se você nunca teve um relacionamento com Ele antes, você pode começar um agora mesmo. O primeiro passo para a superação da dor emocional, depois de você decidir abandoná-la, é superar a sua separação de Deus, fazendo com que esta não mais exista. Se você já tem um relacionamento pessoal com Ele, lembre-se em que parte da sua caminhada você deixou de ter comunhão com Ele (tudo em comum) e que atitude sua, causou separação entre você e o seu Deus. Nos dois casos, para os que não conhecem a Deus e para os que já o conhecem, apenas diga a Ele que você reconhece que tem erros e pecados, mas está arrependido de ter feito várias coisas que o tem desagradado, incluindo recusar-se a deixar essa dor e a perdoar quem o feriu. Peça-lhe seu perdão e purificação de toda forma de injustiça. Diga-Lhe que você quer passar a viver de acordo com Sua vontade e instruções reveladas em Sua Palavra, a Bíblia. Diga-lhe que não tem forças em si mesmo, para mudar os seus sentimentos, acontecimentos ou pessoas, e que precisa da ajuda Dele para superar toda dor emocional e todos os sentimentos ruins que têm acompanhado essa dor (desejo de morte, desmotivação para viver, desejo de vingança, frieza espiritual, falta de fé, etc). Diga-lhe que precisa da Sua ajuda para lutar e vencer todas as suas limitações, fraquezas e dificuldades. Diga-lhe que entrega a Ele a sua vida e o seu futuro neste mundo e no porvir.

Deus deseja viver permanentemente em comunhão conosco (ter tudo em comum) e transformar nossas vidas em templos de adoração e glorificação do nome Dele. O seu desejo é que sejamos verdadeiros espelhos da Sua presença em nossas vidas, fontes de amor, paz e santidade para outros. Este também é o seu desejo? Ter tudo em comum com Deus? Compartilhar da vida de Deus em si mesmo? Então dê um passo em direção a Ele, pois o primeiro passo em direção a você , Ele já o deu, ao vir ao mundo há mais de 2000 anos atrás em forma de gente, sofrer a nossa dor e receber em si mesmo a justa condenação por um pecado que era nosso e não Dele, por um pecado que nos separava de Deus. Nada mais agora pode nos separar de Deus e do Seu amor, pois o preço pelos nossos pecados já foi pago! Ele quitou todas as nossas dívidas e pendências espirituais diante de Deus. Ele veio por nos amar e para nos oferecer uma vida abundante. Você a quer? Ele agora está a apenas uma oração de distância de você e esperando de braços abertos para te receber no aprisco do Seu Reino de Amor, Paz e Justiça. Hoje, se ouvires a Sua voz, não endureça o teu coração, mas quebrante-o diante Dele e seja por Ele curado, restaurado e renovado. Deixe-o fazer uma cirurgia espiritual completa em você, retirando o coração de pedra, amortecido, e dando-lhe um coração novinho em folha de carne viva pulsante. Peça-lhe que Ele lhe dê uma nova vida em Cristo Jesus e passe a dirigir cada um dos seus passos. Entregue tudo e entregue- a Deus. Passado, presente e futuro, deixe-os no altar de Deus. Peça-lhe para reescrever a sua história.

Tudo o que descrevi neste texto, cada atitude e sentimento, foi o que pessoalmente vivi. Eu descobri o caminho da superação das minhas dores emocionais e agora estou compartilhando-o com você. Trilhe por este caminho e todas as suas dores serão superadas, como as minhas o foram! Se este texto puder, de alguma maneira, ajudar a alguém a superar suas dores emocionais, já estarei satisfeita. Deus te abençoe!