sábado, 28 de agosto de 2010

Minha alma poeta...

Engraçado como o tempo passa e acaba empoeirando a memória de algumas coisas... Na minha decisão recente de voltar a escrever; ou melhor, de voltar a registrar todos os meus rasgos de emoção e flashs de inspiração, há muito tempo reprimidos e sufocados por várias razões, lembrei-me de um antigo caderno meu, no qual foi escrevendo um diário em forma de poesia, da forma que me viam à mente, como se fossem um diário de algumas das minhas emoções e paixões juvenis. Escritas sem pretensões de poetisa, sem métrica, sem técnica, apenas como escapes de muita emoção. Vou publicar alguns deles aqui.

Será ilusão?

Hoje você mexeu comigo, balançou o meu coração.
E o que em mim despertastes, provocou verdadeira devastação.
O meu coração estava aberto e o invadistes sem razão.
E, sem pedir licença, logo me destes carinho e atenção.
Você chegou tão repentinamente, como chega um perigoso ladrão.
Roubou meus pensamentos e tomou de assalto o meu coração.
Me levou a desejar estar contigo novamente
e juntos desenvolvermos uma profunda relação.
Por que isso foi acontecer logo comigo, que andava fugindo, de grandes paixões?
Pois até hoje elas só me trouxeram, dor e más recordações.
Sei que isso não deveria ter acontecido, pois o nosso amor é proibido,
somos ambos prisioneiros de outras emoções,
envolvidos com outras vidas, numa outra dimensão.
E agora? O que vai ser de mim, sentindo-me assim tão sozinha,
sem ti no meio da multidão?
Só sei que tenho que te tirar depressa do meu coração,
pois não sei se me abrigas no teu,ou se me quisestes apenas
por um momento de ilusão.
Apenas uma coisa sei agora:
não quero que para mim te transformes,
numa grande decepção.
Por isso não vou deixar que esse sentimento me envolva,
tirando-me a razão.
Não minha lembrança quero, apenas,
que continues sendo, uma doce e meiga paixão.
Um lindo sonho de amor, de uma breve tarde de verão.

Alcinéa Gomes de Medeiros
(Apaixonada em 07/1991).

Paixão

Te conheci tão pouco...
e mesmo assim,
muito de você
ficou dentro de mim.
Em mim gravastes
o teu jeito único
e especial de ser,
com marcas profundas.
Marcas do teu olhar
Marcas do teu falar...
Marcas do teu andar...
Marcas, marcas...
profundas marcas deixastes.
Paixão? Sim, e daí?
Há quanto tempo já não me sentia assim?
Assim, com essa urgência no peito,
essa vontade louca
de novamente te ver.
Esse pulsar maluco
do coração a te querer.

Alcinéa Gomes de Medeiros
(Apaixonada, Natal-RN, 05/1992).


Jogo de faz-de-conta


Faço de conta que você não existe,
que nada entre nós aconteceu,
que tudo não passa
de empoeiradas páginas de um passado,
que ninguém nunca mais leu.


Faço de conta que esse desejo em mim,
é pura ilusão,
que são enganos
de um louco coração.

Faço de conta que não te quero mais,
que tudo continua igual,
que foi tudo um grande vendaval.

Faço de conta que você não me quer mais,
que você é apenas mais um entre os demais.
Faço de conta que já esqueci
tudo o que juntos vivemos.

Faço de conta que acredito
nos que me dizem
que você ainda é dela

E assim, faço de conta
que você
não é mais da minha conta.

Alcinéa Gomes de Medeiros
(Para um ex-namorado em 11/1992)

Recomeço

Gostaria de começar de novo,
poder te redescobrir.
Te amar pelo começo,
sem haver mais fim.
Fazer tudo hoje,
o que ontem fiz tão pouco.
Que importa o que já vivemos?
E tudo o que já passamos?
Se agora compreendemos,
que na verdade
estávamos sozinhos,
apenas um pelo outro
esperando...
E agora que nos reencontramos
não me dê a sua ausência,
não me deixes sozinha
com essa lágrima escorrendo no rosto,
insistindo em te pedir perdão.
Não queiras agora se vingar
de uma inconstância minha.
De um passado, que já passou.
Escuta somente o eco do meu coração,
no teu.
Deixa-me apenas tornar mais quentes,
os teus longos dias frios.
Aquecer-te com o meu corpo,
que arde de saudades do teu.
Deixa-me novamente inundar a tua pele
do meu perfume.
Deixar nos teus lábios,
o gosto dos meus.
Ou será que ainda não percebestes,
que o teu destino
já foi selado
ao meu lado?
Sim...
Só você...
e eu...

Alcinéa Gomes de Medeiros
(Pizzaria, João Pessoa, 12/11/1992, tentando renovar um namoro antigo)

Procura

Sou uma andarilha da vida,
peregrina de emoções,
prisioneira do teu amor...
Meu olhar, infinito de paixão,
procura-te por toda a parte.
Vagueando pelos caminhos dos meus dias.
Procura-te em vão
e sem destino,
pelas ruas e estrelas,
em algum lugar
entre a realidade e a fantasia,
almejando viver contigo
o infinito
e muito mais.
Alguém ri de mim,
dessa minha procura por ti,
diz que sou ingênua
por te querer tanto assim.
Mas existe uma força dentro de mim
que me impele cada vez mais para ti,
no momento em que penso em desistir.
Anoiteço, pensando no que fazer,
vasculhando razões
dentro do meu irracional coração,
para continuar nessa aventura louca
que é querer ser tua,
num presente que se mistura
com o nosso passado e futuro,
nessa icógnita que é o nosso romance,
buraco negro
no universo da nossa existência.
Mas, continuo ainda assimpor mais um pouco,
a minha trilha.
Querendo colocar o teu destino,
na linha do meu.
E, por um momento,
parece que te alcanço,
estendo-te a mão...
Mas...não!
O sol forte do teu medo e dúvidas
ofusca os nossos olhos
e impedem a nossa união.
E me vejo novamente sozinha,
a te esperar.
A perseguir a minha sina,
de simplesmente te amar.
Sabendo apenas que,
se um dia conseguirmos finalmente
nos encontrar,
seremos mais do que bons amigos,
muito mais do que amantes,
seremos como duas almas gêmeas
sedentas e transbordantes,
de amor para dar.

Alcinéa Gomes de Medeiros
(Tentando renovar um namoro. 01/1993)

2 comentários:

  1. BOA TARDE LINDA! MARAVILHOSO BLOG, SUCESSO E MUITA PAZ...BJS VISITE MEU BLOG: WWW.INSTITUTOEUQUEROPAZ.BLOGSPOT.COM

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  2. Olá Alexandre! Obrigada! Que bom que gostou! Você é muito bem-vindo!

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